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Sobre ter o segundo filho

14/11/2019

Acho que uma das decisões mais difíceis que já tomei foi sobre ter ou não o segundo filho e acredito que essa dificuldade deve ser sentida por muitas outras mães... Sempre quis ter dois filhos e, se pudesse escolher, seria um casal. Outro desejo que me acompanhava era que eu queria muito ter uma menina...

Então quando completei 30 anos, já casada há 5 anos, o bichinho da maternidade me picou e aquele instinto materno que tanto falam foi crescendo... Meu marido partilhava da mesma vontade e então decidimos que iriamos ter um baby... E quando engravidei, tive aquele medinho natural, mas foi tudo super tranquilo. Descobri que seria uma menina, sim, a minha princesinha Rafaela estava a caminho! Felicidade!!!

Rafa nasceu e ela era única... única filha, única neta, única sobrinha. E quando nos perguntávamos sobre ter mais filhos, a resposta padrão era que quando a Rafa completasse 2 aninhos, iriamos conversar com cegonha novamente (achávamos uma boa diferença de idade).

E o que aconteceu quando os dois anos chegaram? Algo faltou... Coragem? Vontade? Disposição? Não sei, mas não conseguíamos pensar em outro filho e nem posso dizer que a Rafa tenha nos dado tanto trabalho, pois o parto foi tranquilo, mamou, dormia bem, tudo dentro da normalidade.

Mas então porque a falta de coragem ou vontade? Talvez porque, apesar de termos descoberto o maior amor do mundo, também tivemos que aprender a lidar com a falta de tempo, e aqui falo do tempo para o próprio filho, para nós mesmos, para o trabalho, para a casa. Sem falar no aumento das despesas, mas principalmente das preocupações com o futuro, com o mundo doido... E nessa montanha russa de sentimentos, como pensar em ter outro filho!? Estava tão bom, pois as coisas já estavam mais organizadas, nossa filha ficando mais independente e nosso amor era todo pra ela!

E os anos foram passando (mais exatamente 6 anos), o assunto pairava no ar, até que meu marido começou a ter certeza da vontade do segundo, mas eu ainda estava insegura dessa decisão, pra mim, a maternidade estava plena, não parecia faltar nada, mas será que era isso mesmo? Essa dúvida me incomodava muito... Até que o relógio biológico também começou a fazer a sua “pressão”, era hora de decidir, e mais no emocional do que no racional, sem pensar muito, nós decidimos tentar o segundo!

E então, a cegonha nos trouxe o Eduardo, que confirmou que o trabalho duplica, assim como as despesas, preocupações e noites em claro, mas mostrou principalmente, que o amor multiplica! Hoje não consigo imaginar a família sem o nosso gurizinho, sem ver o amor lindo de irmãos, que a cada dia fica mais forte! E nessas horas, agradeço ao meu marido, por ter sido mais confiante de que a decisão certa para nós era ter o segundo filho.

E gostaria de terminar esse texto, enfatizando que não existe o certo e o errado quando se trata de ter filhos (seja 1, 2 ou mais...). Não se cobrem pelo padrão de felicidade, ou de” família perfeita” de ninguém, tentem ouvir a vozinha interior e não esperem 100% de certeza, pois definitivamente essa é uma escolha que deve vir do coração.

Por Tais Saraiva, mãe da Rafa e do Dudu

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