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Mãe Especial!

11/12/0219

Quando se é mãe, mulher, profissional, gerente do lar, enfim, várias profissões e um filme passa na tua cabeça, nem pensava que podia dar conta de tudo!!!

Guga nasceu de 33 semanas, me deu um baita susto! A princípio pelo médico que fez a ecografia estava tudo bem, mas passaram-se horas de trabalho de parto e nada da médica vir para fazer à cesárea, até então tudo parecia normal para quem é marinheira de primeira viagem. Passado 14 horas de espera chega a médica e vamos para a sala de parto, fazer cesárea. Assim nasceu o Gustavo, já começando a luta desde bebê.

Você deve ter se questionado porque a demora? Nem eu sei, tenho plano de saúde, tinha tudo para pagar particular, mas, mesmo assim, houve negligência. Nasceu com 2.100kg, 43cm, tudo perfeito, mas em um determinado momento teve que ser levado as pressas para a UTI Neonatal. Aqui começa a nossa luta, dias de UTI, remédios, exames, laudos, horas que não passava, dor que não passa, sentimentos ruins, medos, insegurança, culpa, gramas que ganha, gramas que perde até que chegar no estabelecido 1.800kg para sair, pois, apesar de nascer bem, perdeu bastante peso, tomou muito antibiótico, lutou muito.

Passado dias de UTI vamos para casa e então mais medo, sofrimento, noites em claro, turno invertido para cuidar dele e não ser negligente nenhum minuto, estar atento a tudo. E aos poucos foi ganhando peso, ficando forte, esperto, balbuciando, olhar de carinho, afeto, banhos mais demorados, muito carinho e amor, muito mesmo.

Chega aos 6 meses e não senta, não engatinha, algo estranho surge, mas segundo a pediatra está tudo certo porque ele tem dois meses de atraso, afinal nasceu prematuro, mas mesmo assim algo não está certo. Eis, que depois de muita insistência Guga vai para a ressonância magnética de crânio e aí vem o diagnóstico, Encefelomalacia Periventricular, grau I, em português “paralisia cerebral”. Pensei, meu filho? Ele que lutou? Sofreu? Como assim? Paralisia?? O que é isso? O que fazer? Para onde ir? Por que tudo isso?

Aos poucos se aprende a ter paciência, ser resiliente, se virar sozinha, confiar no próprio instinto e aceitar que tudo vai se organizar, que o Guga é forte, que vai vencer, aliás, está vencendo dia após dia. Hoje com 8 anos de idade ainda estamos na luta, cirurgias, fisioterapias e tudo que envolve o mundo especial. E digo já pensei em fugir, correr, me atirar no chão e chorar muito, pedir socorro!!!! Por diversas vezes me senti sozinha e muito, mãe de criança especial tem poucos amigos, não tem rede de apoio, mas acredito que faz parte!! Enfim, não vou questionar!!! Mas digo que faria tudo de novo, amo o Guga incondicionalmente, sou feliz com ele, realizada, cresci como pessoa, valorizei detalhes que antes passavam despercebido, tudo é crescimento, aprendizado e continuo aprendendo.

Por Simone Ramires, Mãe do Gustavo

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