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É durante a infância que a criança descobre o mundo a sua volta, muitas vezes inserida em um contexto social e cultural, ela cria estratégias cognitivas básicas para aprender a se alimentar e desta forma, descobre seus gostos, suas vontades e dissabores. Nesta busca pelo conhecimento, a criança é dependente do ambiente e das oportunidades oferecidas pela sua família.
Como mãe, pude perceber que não é uma tarefa fácil ensinar, mas aprendi que as mais sábias estratégias são regadas a disponibilidade afetiva, paciência e a confiança.
A disponibilidade afetiva, cria uma influência sobre o comportamento da criança, estabelecendo uma conexão de forma compassiva, observadora e empática. É necessário perceber a criança, através das suas expressões faciais, corporais, gostos e o olhar. A conexão deve existir toda vez que nos dispusermos a estarmos neste processo.
Costumo dizer que a alimentação é um processo, e com ele é necessário a paciência. Ser paciente é mover-se na direção do outro, é despir-se de si e das suas expectativas em relação ao outro. Diante do processo, devemos aceitar a decisão da criança, muitas vezes ela pode estar sem fome.
Mas existem armadilhas no caminho, não caia oferecendo alimentos substitutos, permita que a criança vivencie a consequência natural da sua escolha e sinta fome. Para isso, é necessário que se estabeleça uma rotina de horários e quais os alimentos que pertencem a cada refeição.
A disciplina pode ser ensinada com firmeza e gentileza ao mesmo tempo, sem punição, castigo, isolamento ou recompensa. Essa filosofia apresenta o caminho do meio entre o autoritarismo e a permissividade, e assim ganhamos relacionamentos mais saudáveis.
Recomendo algumas práticas básicas para que isso aconteça:
1 – Encorajar
Encorajar a criança é trabalhar a sua autoestima e funciona muito mais do que simplesmente elogiar. Encorajar é dar poder e confiança. Portanto em vez de elogiar, encoraje! Encoraje a criança a experimentar novos alimentos.
Pais Permissivos: “Filho, não precisa experimentar, pode comer apenas o que você quiser.
Pais Autoritários: “Filho, tem que comer! Abre a boca e coma, chega! Depois te dou a sobremesa.”
Pais na Disciplina Positiva: “Filho, eu sei que você consegue! Vamos lá, coragem. Sinta o cheiro, faça no seu tempo, estamos juntos. Mas faça, você consegue.”
2 – Confiança
A confiança é a base de qualquer relacionamento e com seu filho não é diferente. Demonstre que você acredita no seu potencial.
Pais permissivos: “Não quer mais comer, tá bem pode ir jogar vídeo game.”
Pais Autoritários: “Come tudo já! Raspe o prato. Tem crianças que nem tem comida, você sabia? Vai ficar de castigo se não comer!”
Pais na Disciplina Positiva: “Está satisfeito? Eu sei tem dias que sentimos menos fome. É importante respeitarmos nosso corpo, você está aprendendo a se conhecer”.
3 – Estabeleça Combinações
Fazer combinações invés de impor regras. Convide a criança a desenhar os combinados, a sugerir. Discutam. Assim você ensinará o senso crítico, formação de opinião e o principal, a criança ficará mais comprometida com os combinados que ela participou.
Pais permissivos: “Tudo bem, pode comer um chocolate, não tem problema furar nosso combinado. Só quero te ver feliz”
Pais autoritários: “Hoje tem aniversário, mas você não poderá comer doces.”
Pais na Disciplina Positiva: “Eu sei que dá vontade de comer doces às vezes. Mas que tal comer uma fruta bem docinha? Daí já passa um pouco da vontade e a gente inventa outra coisa divertida para fazer.”
4 – Apoie Afetivamente
Apoiar a criança, não confundam com mimar, mas mostrar-se aberto para entender e ajudar.
Pais permissivos: “Deixa ela comer pobrezinha. Ela está crescendo, sente muita fome. Já está no terceiro prato, rsrsrs.”
Pais autoritários: “Já chega de comer! Você vai engordar, desse jeito vai ficar obeso. Que horror!!”
Pais na Disciplina Positiva: “Meu filho, tem muita fome. Vamos procurar ajuda, para cuidarmos da sua saúde. Vamos conseguir.”
Entendo que não há uma receita mágica, mas sim um processo de conhecimento entre pais e filhos… e muitas vezes, acabamos sendo permissivos, autoritários e positivos, o que vale é compreender que em determinados momentos a emoção toma um papel maior e sua escolha será embasada nela, e ok! Não se culpe… compreenda a emoção que levou a sua escolha e aprenda com ela para que esse caminho seja equilibrado e de harmonia entre pais e filhos.
Por Kamila Boff, Nutricionista Materno Infantil e mãe da Rafaella
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